Ulmeiro - Gumoil (impressão a óleo e goma arábica)

“É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir”

José Gomes Ferreira in "Aventuras de João Sem Medo"


Um dia, em miúdo, deixaram-me ver debaixo do pano… a imagem observada no vidro, surpreendeu-me, mas como chegaria a ser fotografia?

Após a observação da imagem no visor, uma certa inquietação começa a insinuar-se: a necessidade de realizar a imagem, de a ver/ter como objecto isolado, retirado da sua origem, domina a vontade. É nesse momento que um novo processo começa:  científico na sua raíz mas mágico na nossa percepção emocional da transformação física da matéria. Captar um pedaço de tempo e luz e transformá-los num objecto directamente à disposição dos nossos olhos, é intrigante… Fazê-lo com as nossas próprias mãos é mágico!


Foi essa magia encontrada nos processos fotoquímicos mais convencionais, que me levou a investigar outros processos, normalmente mais antigos e menos conhecidos, mas em que a relação com os materiais é ainda mais directa e em que a busca pela perfeição técnica (seja isso o que for), é substituída pela procura de uma essência fotográfica minimal, mais próxima de princípios do que de resultados.